ATLÉTICO DE ALAGOINHAS: MAIS UM CAMPEONATO SEM EMPOLGAÇÃO - Por Belmiro Deusdete

Na coluna desta semana, o autor aborda sobre a campanha inconsistente do Carcará em 2025 e a urgente transformação para a profissionalização

Foto: Divulgação

O Campeonato Baiano de futebol profissional nem bem terminou – ainda estamos às vésperas da decisão entre os tradicionais rivais Vitória e Bahia – e o Atlético de Alagoinhas viu fugir mais uma oportunidade de conquistar o título pela terceira vez em sua história.

Foi uma campanha bisonha do clube Carcará, embora tivesse alcançado a classificação para a fase das semifinais, na qual foi goleado duas vezes pelo Vitória.

Na etapa de classificação, começou com empate no Carneirão, diante do Colo-Colo, gerando o estranho pedido de demissão do treinador Adriano Souza e do diretor de futebol Armando Filho, sob a alegação de interferência na escalação do time.

Já sob o comando de Agnaldo Liz, técnico campeão de 2022, animou sua fervorosa torcida ao vencer o Bahia, em plena Arena Fonte Nova, embora o Esquadrão de Aço colocasse em campo um time secundário.

Nesta fase, oscilou muito na classificação, que só veio na última rodada, e conquistou apenas 13 pontos dos 27 disputados, representando 48,15% de rendimento.

Durante todo o campeonato, não conseguiu dar ao torcedor a empolgação de um triunfo sequer no Carneirão, empatando com Colo-Colo (2 x 2), Jequié (0 x 0) e Jacuipense (1 x 1) e perdendo para o Vitória por 1 x 0.

Em compensação, se é que isso compensa, saiu-se muito bem nos confrontos fora de casa, ganhando três jogos: Bahia (1 x 0), Juazeirense (1 x 0) e Jacobina (3 x 0), empatando com o Porto (1 x 1) e perdendo para o Barcelona (1 x 0).

Na fase semifinal, o desastre foi total, com duas goleadas sofridas diante do Vitória: 4 x 0 no Carneirão e 3 x 0 no Barradão.

Enfim, terminou na quarta colocação, com 3 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, com o ataque marcando 9 gols e a defesa sendo vazada em 13 oportunidades, restando um saldo negativo de 4.

É bem verdade que a campanha foi bem melhor que a do campeonato do ano passado, quando beirou o rebaixamento e ficou na oitava posição. Todavia, o desempenho atual, da diretoria e dentro de campo, requer uma avaliação criteriosa sobre as atividades do clube nos últimos tempos.

Apesar do empenho e da dedicação do presidente Albino Leite, do médico Joaquim Neto e de outros colaboradores, o Atlético precisa de uma completa reformulação visando a se adaptar a um verdadeiro clube profissional dos tempos atuais.

Uma gestão igualmente profissional, que requer métodos técnicos conectados com o mercado do futebol e não deve se orientar pelo amadorismo e/ou pela paixão.

Enfim, incluir o Alagoinhas Atlético Clube no mundo das SAFs.

Condições para isso o bicampeão baiano tem de sobra, pela força do seu nome e pelo conceito da cidade, uma das maiores do Estado e em pleno processo de desenvolvimento.

Desde que ingressou no futebol profissional, em 1971, o Atlético já se tornou gigante diante de sua aguerrida torcida.

Grandes nomes, dentro de campo, ajudaram a formar essa imagem positiva, como Dendê, Merica, Silva Paraíba, Hélio, Américo e Robert, dentre outros, e urgem ações visando a dotar o clube das condições necessárias à sua inclusão neste moderno modelo de futebol e de marketing.

A verdade é que o clube Carcará está prestes a completar 55 anos de fundação, no dia 2 de abril próximo, porém continua vivendo a era do amadorismo.

Aparece quando entra em campo e desaparece na entrada dos túneis, na volta aos vestiários, após cada competição.

O tempo dos dirigentes amadores ficou para trás.

O Atlético precisa encontrar o caminho da profissionalização, meta que foi projetada nos idos de 1970, e se impor no cenário do futebol baiano, ainda restrito ao poderio de Bahia e Vitória.

SAF nele!


Belmiro Deusdete é radialista e jornalista em Alagoinhas-BA.

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